“Então, disse Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o
meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador, porque contemplou na humildade
da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão
bem-aventurada, porque o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome. A
sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem. Agiu com o seu
braço valorosamente; dispersou os que, no coração, alimentavam pensamentos
soberbos. Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes. Encheu de
bens os famintos e despediu vazios os ricos. Amparou a Israel, seu servo, a fim
de lembrar-se da sua misericórdia a favor de Abraão e de sua descendência, para
sempre, como prometera aos nossos pais. (Lc.1:46-55)
Esta oração de Maria,
envolve o que está no seu íntimo. Na Bíblia, existem três tipos de comunicação:
Quando Deus fala;
quando o homem fala, e quando o diabo fala. E, neste caso,
quem fala, é Maria. Ela não estava envolvida pelo Espírito Santo, mas
expressa-se através das suas próprias palavras. Com certeza, Maria não era
alguém popular, até porque, naquela altura, a mulher não tinha qualquer valor.
Mas, a partir do momento que gerasse o Senhor Jesus, o Filho do Altíssimo,
passaria a ser considerada na História; todos saberiam da sua existência, pois
fora escolhida a “dedo” por Deus. E ela reconheceu isso…
Com as suas próprias
palavras, evidencia o que Deus fizera no seu interior, embora não se
considerasse “digna” o suficiente, para o efeito. “A sua misericórdia vai de
geração em geração…” Porque Maria diz isto? Porque não se considerava perfeita!
Quem refere a misericórdia de Deus são os que estão atentos ao seu íntimo; que vêem e reconhecem, os seus próprios erros e falhas. Quando olhamos para o
nosso interior, percebemos o quão dependentes, precisamos ser, de Deus, assim
como gratos para com Ele.
Maria já era grata “…porque o Poderoso me fez grandes
coisas…” Mesmo sem ter acontecido nada de visível na sua vida. Mas, só o fato
de ela carregar no seu interior, o próprio Deus – o Senhor Jesus – o via como
algo inexplicável. Quando temos um encontro com Deus… Quando O temos no nosso
interior, exultamos e contemplamos. Damos graças por tudo o que Ele faz, e tem
feito, na nossa vida. “…dispersou os que, no coração, alimentavam pensamentos
soberbos…” Deus vê o que está no seu interior. Se alimenta aquilo que os seus
olhos vêm ou se rege a sua vida pelo “sentir”, como temos falado…
O que as
pessoas não vêm, Deus vê; Ele sabe o que você nutre, no íntimo. O que se tem
destacado em si? O que ocupa o seu dia-a-dia? Vive em função das outras pessoas?
Baseia-se nos bons ou maus exemplos, alheios? Sempre há algo que prende
demasiado a sua atenção: Pode ser um sentimento; o passado; um trauma… Às
vezes, quer defender-se; justificar-se… Mas não quer confiar!
No entanto, Deus
só age valorosamente, quando dependemos d’Ele. Quando não passamos “à Sua
frente”, receando que Ele não cumpra com o prometido. Na verdade, desta forma,
não se crê! Isto torna-se em preocupação; dúvida… “Derribou do seu trono os
poderosos…” Aqui, Maria vê Deus derribar o trono dos poderosos!
Seja qual for
considerada a ameaça… Contempla Deus! Confia n’Ele! Não justifica, não toma a
justiça nas suas mãos, mas deixa nas mãos de Deus. “Encheu de bens os
famintos…” Porquê os famintos? Porque aquele que tem sede, no seu interior, por
ser justo para Deus, não se justifica para o “homem”. Normalmente, este é o
rico, que tem que sair, sempre, a ganhar com as suas palavras. Mas, aquele que
confia em Deus, tem paz… Não há que justificar; dizer seja o que for… Deus
proverá!
“Amparou a Israel, seu servo, a fim de lembrar-se da sua misericórdia
a favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.” Repare como Maria via
Deus… Há pessoas que, no seu íntimo, dizem: “ Estou a viver uma injustiça; os
poderosos abafam-me…” E, assim, não confiam em Deus. Mas quem confia e vive na
dependência de Deus, aprecia-O, independentemente de qualquer coisa; tem bons
olhos.
Deve prestar atenção na conduta; nas atitudes. Observe porque Deus
escolheu Maria… Olhe a gratidão; o engrandecimento; a exultação a Ele. Israel havia
cometido muitos erros, e Maria viu-O como misericordioso; que ampara; tem
paciência. Deus cumpre sempre o prometido, mas Maria não precisou vê-lo para
crer. Não era o fato de carregar o filho de Deus, que a fazia louvar. As
palavras apenas refletiam o seu íntimo… “Porque a boca fala do que está cheio o
coração.” (Mt.12:34)
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